quarta-feira, 16 de novembro de 2011

(35º Presidente) "RELEMBRE OS PRESIDENTES DE 122 ANO DE REPÚBLICA"

Luiz Inácio Lula da Silva, (01 de janeiro de 2003 a 01 de janeiro 2011)



Luiz Inácio Lula da Silva

Depois de três candidaturas frustradas, o ex-torneiro-mecânico, saído do agreste pernambucano e dos comícios sindicais no ACB Paulista, chegou ao Planalto abandonando discurso tido como radical em favor de tom moderado. A agenda de Lula foi pautada pela manutenção do Plano Real, o incentivo ao crescimento, a aproximação com países vizinhos e emergentes e o compromisso com a erradicação da fome e da miséria. Entre 2003 e 2009, 27,9 milhões de pessoas saíram da pobreza, enquanto 35,7 milhões ascenderam à classe média. Insucesso precoce, o Fome Zero deu lugar ao Bolsa Família, que ampliou o acesso à educação e o estímulo ao consumo da população carente. A corrupção granjeou espaço entre as preocupações da opinião pública como em poucos governos anteriores. O petista viveu seu momento mais crítico em 2005, com as denúncias do mensalão, suposto esquema de caixa dois e de compra de votos no Congresso. Os ministros Antônio Palocci (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil) foram derrubados pela onda de acusações. Ainda assim, o clima de que a “esperança” vencera o “medo”, junto a uma ampla aliança que contemplou o PMDB, garantiu a Lula reeleição em primeiro turno em 2006. 

A descoberta em 2007 da camada pré-sal entre se somou às vitórias econômicas do governo. Na educação, se destacaram o lançamento do Programa Universidade para Todos (ProUni) e a reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), acompanhada de denúncias de fraude na prestação dos testes. Já o planejamento foi colocado em xeque com o apagão aéreo, que multiplicou transtornos nos aeroportos e ainda divide opiniões frente à escolha do Brasil como palco da Copa do Mundo de 2014 e do Rio como sede das Olimpíadas de 2016. Por outro lado, o governo recebeu o “tsunami” da crise de 2008 como uma “marolinha”, nas palavras do presidente, e garantiu ao Brasil relevância no cenário internacional a ponto de um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas poder ser vislumbrado. Aplaudido pela imprensa mundial e chamado de “o cara” pelo presidente americano, Barack Obama, Lula comandou uma diplomacia respeitada por erguer a bandeira do diálogo e mediar conflitos, mas criticada em episódios como o da ocupação de soldados bolivianos em uma refinaria da Petrobras e da aproximação com Irã, Cuba e Venezuela. Em palanque, Lula se notabilizou pelo improviso, pelo bom humor e pela sintonia com o vocabulário popular. Com aprovação recordista a fins de seu segundo mandato, foi peça fundamental na eleição da primeira presidente mulher do Brasil. 

Curiosidade: Lula nasceu no ano de 1945 em Vargem Comprida, localidade de Caetés, no interior de Pernambuco e na época um distrito de Garanhuns. Seu registro de nascimento foi feito pelo pai, em São Paulo, apenas sete anos depois e com uma data diferente: 6 de outubro. Ainda assim, Lula comemora aniversário no dia 27, preferindo se fiar à memória da mãe a crer na do pai, que formou uma segunda família e pouco conviveu com Lula.
Foto: Ricardo Stuckert / PR / Divulgação


Lula em sua infância


- POLÍTICA NACIONAL -
- Eleições 2002 -
Luiz Inácio "Lula" da SilvaPresidente do Brasil


1° discurso no exterior (Argentina) - 03.12.2002
 Em 27 de outubro de 1945, em Vargem Grande, atual Caetés, numa família de pequenos lavradores, nasce Luiz Inácio da Silva (o apelido “Lula” só foi acrescentado ao nome em 1982). Sobre a data de nascimento, conta Lula: “Até hoje, é a maior polêmica. Porque meu pai me registrou dia 6 de outubro... Na verdade, eu prefiro acreditar na memória de minha mãe, que diz que eu nasci no dia 27”. Coincidência feliz: 57 anos depois, os dois turnos da eleição que decidiria o futuro presidente do Brasil aconteceriam nestes mesmos dias 6 e 27 de outubro.
Lula ainda era bebê quando o pai, Aristides, migra para trabalhar em São Paulo, na estiva do porto de Santos. No sertão de Pernambuco ficam a mulher, Dona Eurídice, e os oito filhos. Em 1952 é a vez da mãe, Lula e seus sete irmãos cumprirem o ritual de milhões de nordestinos. Numa viagem de 13 dias num pau-de-arara, migram para o Guarujá, no litoral paulista.
Em 1956, Lula, a mãe e os irmãos se mudam para a capital paulista, mas as condições de vida não melhoraram muito. Moram num quarto minúsculo nos fundos de um bar, na Vila Carioca. São anos de pobreza, mas felizes. Todos trabalham. Nas horas livres o menino Lula se diverte com brincadeiras de moleque: bolinha de gude, peão, pipa, guerra de mamona e muito futebol.
Lula começa como engraxate e, aos 12 anos, faz entregas para uma tinturaria. Aos 14 consegue seu primeiro emprego com carteira assinada, numa metalúrgica. Mesmo trabalhando 12 horas por dia, Lula ainda arranja tempo para seguir um curso de torneiro mecânico no Senai, concluído em 1963. No ano seguinte, começa a trabalhar na metalúrgica Aliança. Trabalho pesado, no turno da noite. É nessa ocasião que um colega cochila e fecha a prensa transversal sobre a mão esquerda de Lula, que perde o dedo mínimo.

Lula, como líder do Sindicato dos Metalúrgicos, no ABC Paulista

Em 1966 Lula ingressa nas Indústrias Villares. Nessa mesma ocasião, entra no sindicalismo pela mão do irmão mais velho, Frei Chico. É o início de sua paixão pela política. No mesmo ano, a paixão e o casamento com Maria de Lourdes, também operária. Lula espera ser pai, mas Maria e o filho morrem durante o parto. Nos anos seguintes Lula participa intensamente da vida sindical. Em 1972, é eleito primeiro-secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Em 1974 reencontra o amor com Marisa, também viúva e mãe do pequeno Marcos Cláudio. A essa altura Lula já é pai de Lurian, que lhe dará seu primeiro neto. Lula e Marisa estão casados até hoje e têm três filhos, Fábio, Sandro e Luiz Cláudio.
Entre 1975 e 1978, Lula é duas vezes eleito presidente do sindicato e lidera as greves do ABC. A mobilização dos metalúrgicos é extremamente importante no contexto da época, em pleno regime militar. Conscientiza os trabalhadores da sua força política e, também, deixa claro o anseio de liberdade e justiça, compartilhado por toda a sociedade brasileira. As greves aceleram o final da ditadura. Em 10 de fevereiro de 1980, no tradicional colégio Sion, em São Paulo, é lançado o manifesto que dá origem ao Partido dos Trabalhadores. Lula funda o PT juntamente com outros sindicalistas, intelectuais e acadêmicos.

Os fundadores do PT, no TSE, em Brasília

Nos anos 1980, ainda na ditadura, Lula e o PT se firmam como uma força nova na política nacional. Em 1983, Lula participa da fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). No ano seguinte, o PT está na origem da campanha “Diretas Já”, defendendo o direito de votar para presidente da República. 1986 é o ano da Assembléia Nacional Constituinte. Lula se candidata a deputado federal. Com 650 mil votos, é o mais votado do país.
Em 1989 os brasileiros, depois de quase trinta anos de regime militar, finalmente vão às urnas escolher o presidente da República. A campanha de Lula é feita por centenas de comitês populares, que mesmo sem recursos conquistam 31 milhões de votos. Lula chega em segundo lugar e, nos anos seguintes, prefere não se candidatar a outros cargos: dedica-se ao “governo paralelo”, amplia contatos e se aprofunda nas questões administrativas do país.
Enquanto isso, o PT elege seu primeiro senador, Eduardo Suplicy, 35 deputados federais e 81 estaduais. Começa a enquadrar seus extremistas e dá um passo decisivo em seu processo de amadurecimento: define-se pelo “socialismo democrático”. Chega 1992 e Lula comanda o PT na campanha pelo “impeachment” do então presidente Fernando Collor.
Em 1993 Lula dá início a uma série de viagens pelo Brasil. Percorre mais de 40 mil quilômetros, cobrindo o país de ponta a ponta, com um só objetivo: conhecer de perto as pessoas, os problemas e os desejos do Brasil real. Nas novas eleições para a Presidência, Lula tem como vice o hoje deputado federal Aloizio Mercadante. As forças governistas lançam o Plano Real, atraindo as atenções e as esperanças do eleitorado. O PT perde a disputa para a Presidência, mas elege os governadores do Distrito Federal e do Espírito Santo, quatro senadores, 50 deputados federais e 92 estaduais.
Em 1998 Lula disputa, pela terceira vez, a Presidência da República. Obtém 32% dos votos, mas Fernando Henrique é reeleito. O PT cresce, conquista os governos do Rio Grande do Sul, do Acre, do Mato Grosso do Sul, faz três senadores, 59 deputados federais e 90 estaduais. No ano seguinte, Lula é um dos líderes da “Marcha dos Cem Mil”, a maior manifestação política nacional contra o governo FHC.
Nas eleições seguintes, em 2000, o PT ganha as prefeituras de São Paulo, Goiânia, Aracaju, Recife, Belém, Porto Alegre e de mais 181 cidades, recebendo, em todo o Brasil, cerca de 12 milhões de votos. Consolida, assim, sua trajetória como o partido que mais cresce no país.
Em janeiro de 2001 Lula participa em Porto Alegre do Fórum Social Mundial, contraponto crítico à miséria social provocada pela “globalização”. Começa, também, a divulgar projetos para áreas específicas da vida nacional: economia, política habitacional, combate à fome, entre outras prioridades.

"Lula", acompanhado de sua esposa Marisa, acena aos seus eleitores, em São Paulo - 27.10.2002

Em 06.10.2002, no 1° turno das eleições 2002, Lula é o mais votado e disputa o 2° turno com o "tucano" José Serra. No 2° turno, em 27.10.2002, "Lula" finalmente é consagrado vencedor e é eleito o novo presidente do Brasil, com mandato iniciando em 01.01.2003 e até 31.12.2006. O "governo de transição" é criado no dia seguinte - 28.10.2002 - pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso e, assim, democraticamente, o Brasil inicia uma fase diferente de sua história: um representante do partido de oposição, representante dos trabalhadores - partido de esquerda -, assume o poder no Brasil.
Luiz Inácio da Silva nasceu em 27 de outubro de 1945 (mas em seu registro de nascimento consta como dia 6 de outubro de 1945) em Vargem Comprida, localidade do atual município de Caetés, no interior do estado de Pernambuco, que na época era um distrito do município de Garanhuns (o registro foi feito quando já moravam no litoral de São Paulo, quando Lula já tinha mais de sete anos). Adotou como data do aniversário o dia 27 de outubro, porque prefere acreditar na memória da mãe, que diz que seu pai se equivocou ao providenciar o registro. É o sétimo de oito filhos de Aristides Inácio da Silva e Eurídice Ferreira de Melo (sem contar duas crianças mais velhas que ele que morreram com pouca idade e os gêmeos caçulas, que morreram com poucos dias). Faltando poucos dias para sua mãe dar à luz,seu pai decidiu tentar a vida como estivador em Santos, levando consigo Valdomira Ferreira de Góis, uma prima de Eurídice, com quem formaria uma segunda família (com Valdomira, Aristides teve dez filhos, fora alguns que possam ter morrido. Contando os 12 que teve com Eurídice – quatro morreram ainda bebês – a família conta que Aristides teve pelo menos 22 filhos conhecidos).
Lula recebendo camisa do seu time de coração o Corinthians, das mãos do jogador argentino Carlos Tévez.
Em dezembro de 1952, quando Lula tinha apenas sete anos de idade, Eurídice decidiu migrar para o litoral do estado de São Paulo com seus filhos para se reencontrar com o marido (acreditando que seu marido fizera esse pedido, quando na verdade seu filho Jaime, que já morava com o pai, escreveu dizendo que esse era o desejo de Aristides). Após treze dias de viagem num transporte conhecido como "pau-de-arara", chegaram ao distrito de Vicente de Carvalho (àquela época denominado Itapema), na cidade de Guarujá, onde tiveram que dividir a convivência de Aristides com sua segunda família (Aristides já os havia visitado no nordeste em 1950, quando inclusive apresentou seus novos filhos para sua primeira família). A convivência difícil com Aristides (que era extremamente rigoroso com seus filhos) levou Eurídice a sair de casa com os filhos, morando inicialmente em uma casa precária muito perto da de Aristides e, mais tarde, em 1954, mudando-se para a capital, onde foi viver num cômodo atrás de um bar localizado na Vila Carioca, bairro da cidade de São Paulo. Lula e seu irmão José Ferreira de Melo – o Frei Chico – ficaram morando algum tempo ainda com o pai, junto com sua segunda família, mudando-se para São Paulo em 1956. Após a separação, Lula quase não se reencontrou mais com seu pai, que morreu em 1978, sendo enterrado como indigente (Lula e seus irmãos só souberam da morte do pai vários dias após o enterro).

Educação e trabalho

Durante o período em que as duas famílias de seu pai conviveram, Lula foi alfabetizado no Grupo Escolar Marcílio Dias, apesar da falta de incentivo do pai, analfabeto, que entendia que seus filhos não deveriam ir à escola, mas apenas trabalhar. Ainda quando morava no Guarujá, aos 7 anos, trabalhou vendendo laranjas no cais. Tinham que andar quilômetros para buscar água de poço para a segunda mulher de Aristides. Aos domingos, era obrigado pelo pai a ir ao mangue para retirar lenha, marisco e caranguejo.
Já em São Paulo, a fim de contribuir na renda familiar, começou a trabalhar, aos doze anos, em uma tinturaria. Durante o mesmo período também trabalhou como engraxate e auxiliar de escritório. Aos catorze começou a trabalhar nos Armazéns Gerais Columbia, onde teve acarteira de trabalho assinada pela primeira vez, permanecendo ali por seis meses. Transferiu-se, depois, para a Fábrica de Parafusos Marte. Pouco depois, conseguiu uma vaga no curso técnico de torneiro mecânico do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Formou-se três anos mais tarde e, em 1963, empregou-se na metalúrgica Independência, onde trabalhava no turno da noite. Foi ali que em um torno mecânico esmagou seu dedo, tendo que esperar por horas até o dono da fábrica chegar e levá-lo ao médico, que optou por cortar o resto do dedo mínimo da mão esquerda. A mutilação lhe deixou alguns anos com complexo. Ficou 11 meses na empresa e, devido ao acidente, ganhou uma indenização de 350 mil cruzeiros, utilizado para comprar móveis para sua mãe e um terreno.
Trabalhou então na Frismolducar por seis meses, sendo demitido porque se recusou a trabalhar aos sábados. No ano de 1965 ficou muito tempo desempregado, assim como seus irmãos, época em que passaram por privações, sobrevivendo de trabalhos eventuais ("bicos"). Em1966 foi admitido nas Indústrias Villares, uma grande empresa metalúrgica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Operário e sindicalista

Alguns anos depois, mudou-se para São Bernardo do Campo, onde, em 1968, filiou-se ao Sindicato dos Metalúrgicos, convencido por seu irmão, Frei Chico (que mais tarde passou a militar no PCB), uma vez que procuravam pessoas para integrar uma chapa para as eleições sindicais que se aproximavam e na Villares, onde Lula trabalhava, não havia outras pessoas na chapa. Lula relutou em filiar-se e candidatar-se, pois à época tinha uma visão negativa do sindicato e seu grande hobby era jogar futebol. Apesar de não ter qualquer vivência sindical, já era apontado como uma pessoa com espírito de liderança e com carisma. Convencido a integrar a chapa, em 1969 foi eleito para a diretoria do sindicato dos metalúrgicos da cidade, dentre os suplentes, continuando a exercer suas atividades de operário. Em 1972, foi eleito como um dos diretores titulares, tendo sido criada no sindicato uma Diretoria de Previdência Social e FGTS, a fim de que pudesse ter atribuições a desempenhar (ao ser eleito diretor titular, ficou à disposição do sindicato, cessando suas atividades de operário). Sua atuação na diretoria lhe deu grande destaque, sendo então eleito presidente do mesmo sindicato em 1975. Ganhou projeção nacional ao liderar a reivindicação em 1977 da reposição aos salários de índice de inflação de 1973, após o próprio governo reconhecer que aquele índice havia sido bem maior que o inicialmente divulgado e então utilizado para os reajustes salariais. Apesar de ampla cobertura na imprensa, ainda na vigência do AI-5, o governo não cedeu aos pedidos. Reeleito em 1978, passou a liderar as negociações nas greves de metalúrgicos de sua base que passaram a acontecer em larga escala a partir de 1978 e que haviam cessado de ocorrer desde o endurecimento repressivo da ditadura militar na década anterior.
Durante o movimento grevista, a ideia de fundar um partido representante dos trabalhadores amadureceu-se, e, em 1980, Lula se juntou a sindicalistas, intelectuais, católicos militantes da Teologia da Libertação e artistas para formar o Partido dos Trabalhadores (PT).

Carreira política até a presidência

Em 1980, no curso de uma greve no ABC paulista, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo sofreu intervenção aprovada por Murilo Macedo, então ministro do Trabalho do general João Batista Figueiredo, e Lula foi detido por trinta e um dias nas instalações do DOPS paulista. Em 1981, foi condenado pela Justiça Militar a três anos e meio de detenção por incitação à desordem coletiva, tendo porém recorrido e sido absolvido no ano seguinte.
Alterou judicialmente seu nome de Luiz Inácio da Silva para Luiz Inácio Lula da Silva, visando a usar o nome em pleitos eleitorais; a legislação vigente proibia o uso de apelidos pelos candidatos.
Em 1982, Lula participou das eleições para o governo de São Paulo e perdeu. Em 1984, participou, ao lado de Ulisses Guimarães, da campanha Diretas Já, que clamava pela volta de eleições presidenciais diretas no país.
A campanha Diretas Já não teve sucesso e as eleições presidenciais de 1984 foram feitas por um Colégio Eleitoral de forma indireta. Lula e o PT abstiveram-se de participar desta eleição. O processo indicou o governador de Minas Gerais Tancredo Neves, que participou ativamente na campanha das Diretas Já, como novo presidente do Brasil.
Com a morte de Tancredo Neves, antes da sua posse como presidente, assume a presidência o vice José Sarney. Lula e o PT decidem firmar uma posição independente, mas logo se encontram no campo da oposição ao novo governo.
Em 1986, foi eleito deputado federal por São Paulo com a maior votação para a Câmara Federal até aquele momento, tendo participado da elaboração da Constituição Federal de 1988.
Em 1989, realizou-se a primeira eleição direta para presidente desde o golpe militar de 1964. Lula se candidatou a presidente mas foi derrotado no segundo turno. Fernando Collor de Mello, candidato do PRN, que recebeu apoio de considerável parte da população que se sentia intimidada ante a perspectiva do ex-sindicalista, radical e alinhado às teses de esquerda chegar à presidência, é eleito presidente.
A campanha de Fernando Collor no segundo turno foi fértil em práticas tidas, na época, por moralmente duvidosas, e que combinavam preconceitos políticos e sociais: Lula foi identificado como um trânsfuga do comunismo, a quem a queda do Muro de Berlim havia transformado em anacronismo, e seus atos político-eleitorais (comícios, passeatas) foram descritos com conotações desmoralizantes (segundo o acadêmico Bernardo Kucinski tal teria sido facilitado pela infiltração de agentes provocadores de Collor nos comícios do PT). Collor acusou ainda Lula de desejar sequestrar ativos financeiros de particulares (o que a equipe econômica do futuro governo Collor fez após sua eleição).
Articulistas da grande imprensa pronunciaram-se de forma indecorosa sobre Lula: o comentarista Paulo Francis o chamou de "ralé", "besta quadrada" e disse que se ele chegasse ao poder, o país viraria uma "grande bosta". Além disso, uma antiga namorada de Lula, com a qual ele teve uma filha, surgiu durante a propaganda de Collor, durante o segundo turno das eleições, para acusar seu ex-namorado de "racista" e de ter lhe proposto abortar a filha que tiveram
Às vésperas da eleição, a Rede Globo promoveu um debate final entre ambos os candidatos e, no dia seguinte, levou ao ar uma versão editada do programa em sua exibição no Jornal Nacional. O então diretor do Gallup Carlos Eduardo Matheus, entre outros, sustentou que a edição foi favorável a Collor e teria influenciado o eleitorado (fato este admitido mais tarde por várias memórias de participantes do evento, mostrado no documentário Beyond Citizen Kane). A eleição propriamente dita comportou ainda a alegada manipulação política do sequestro do empresário do setor de supermercados Abílio Diniz, que, libertado de seu cativeiro no dia da eleição, seus sequestradores foram apresentados pela polícia vestindo camisetas do PT (aberto inquérito para apurar se coube à polícia vestir os criminosos, foi dois anos depois arquivado por falta de provas).
Apesar da sua derrota em 1989, Lula manteve sólida liderança no PT, bem como prestígio internacional, como no destaque obtido quando da fundação do Foro de São Paulo, em São Bernardo do Campo, em 1990. Tratava-se de um encontro periódico de lideranças partidárias que visava congregar e reorganizar as esquerdas latino americanas, que estavam politicamente desorganizadas com a expansão do neoliberalismo após a queda do muro de Berlim.

Foto oficial do primeiro mandato de Lula.


A desvalorização do real em janeiro de 1999, logo após a eleição de 1998, as crises internacionais, deficiências administrativas como as que permitiram o apagão de 2001, e principalmente o pequeno crescimento econômico no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso fortaleceram a posição eleitoral de Lula nos quatro anos seguintes. Abdicando dos "erros" cometidos em campanhas anteriores, como a manifestação de posições tidas por radicais, Lula escolhe para candidato à vice-presidência o senador mineiro e empresário têxtil José Alencar, do PL, partido ao qual o PT se aliou. A campanha eleitoral de Lula optou em 2002 por um discurso moderado, prometendo a ortodoxia econômica, respeito aos contratos e reconhecimento da dívida externa do país, conquistando a confiança de parte da classe média e do empresariado.Em 1994, Luiz Inácio Lula da Silva voltou a candidatar-se à presidência e foi novamente derrotado, ainda no primeiro turno, dessa vez pelo candidato do PSDB, Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, Lula saiu pela terceira vez derrotado como candidato à presidência da República, em uma eleição novamente decidida no primeiro turno. No entanto, manteve papel de destaque na esquerda brasileira ao apresentar-se numa chapa que tinha como candidato à vice-presidência o seu antigo rival Leonel Brizola, que havia disputado arduamente com Lula sua ida ao segundo turno das eleições de 1989 como adversário de Collor. Lula tornou-se um dos principais opositores da política econômica do governo eleito, sobretudo da política de privatização de empresas estatais realizadas nesse período.
Em 27 de outubro de 2002, Lula foi eleito presidente do Brasil, derrotando o candidato apoiado pela situação, o ex-ministro da Saúde e então senador pelo Estado de São Paulo José Serra do PSDB. No seu discurso de diplomação, Lula afirmou: "E eu, que durante tantas vezes fui acusado de não ter um diploma superior, ganho o meu primeiro diploma, o diploma de presidente da República do meu país."
Em 29 de outubro de 2006, Lula é reeleito no segundo turno, vencendo o ex-governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin do PSDB, com mais de 60% dos votos válidos. Após esta eleição, Lula divulgou sua intenção de fazer um governo de coalizão, ampliando assim sua fraca base aliada. O PMDB passa a integrar a estrutura ministerial do governo.

Período presidencial

Lula acena para populares em Sorocaba na cerimônia que marca o início das obras do novo campus da UFSCar.
Na área econômica a gestão do Governo Lula é caracterizada pela estabilidade econômica e por uma balança comercial superavitária. O endividamento interno cresceu de 731 bilhões de reais (em 2002) para um trilhão e cem bilhões de reais em dezembro de 2006, diminuindo, todavia a proporção da dívida sobre Produto Interno Bruto. Concomitantemente, a dívida externa teve uma queda de 168 bilhões de reais.
Durante o governo Lula houve incremento na geração de empregos. Segundo o IBGE, de 2003 a 2006 a taxa de desemprego caiu e o número de pessoas contratadas com carteira assinada cresceu mais de 985 mil, enquanto o total de empregos sem carteira assinada diminuiu 3,1%. Já o total de pessoas ocupadas cresceu 8,6% no período de 2003 a 2006.
Lula cumprimenta populares no município de Salto, durante visita às futuras instalações do Centro Federal de Educação Tecnológica.
Na área de políticas fiscal e monetária, o governo de Lula caracterizou-se por realizar uma política econômica conservadora. O Banco Central goza de autonomia prática, embora não garantida por lei, para buscar ativamente a meta de inflação determinada pelo governo. A política fiscal garante a obtenção de superávits primários ainda maiores que os observados no governo anterior (4,5% do PIB contra 4,25% no fim do governo FHC). No entanto, críticos apontam que esse superávit é alcançado por meio do corte de investimentos, ao mesmo tempo em que aumento de gastos em instrumentos de transferência de renda como o Bolsa Família, salário-mínimo e o aumento no déficit da Previdência.
Em seu primeiro ano de governo, Lula empenhou-se em realizar uma reforma da previdência, por via de emenda constitucional, caracterizada pela imposição de uma contribuição sobre os rendimentos de aposentados do setor público e maior regulação do sistema previdenciário nacional.
Lula jogando futebol com o ex-Ministro da Pesca, José Fritsch, em 2003.
A questão econômica tornou-se consequentemente a pauta maior do governo. A minimização dos riscos e o controle das metas de inflação de longo prazo impuseram ao Brasil uma limitação no crescimento econômico, o qual porém realizou-se a taxas maiores do que foram alcançados durante o governo anterior, com um crescimento média anual do PIB de 3,35%, contra 2,12% médios do segundo mandato de FHC.
Ressalvam os críticos, no entanto, que os baixos índices inflacionários foram conseguidos a partir de políticas monetárias restritivas, que levaram a um crescimento dependente, por exemplo, de exportações de commodities agrícolas (especialmente a soja), que não só encontraram seus limites de crescimento no decorrer de 2005, como também tem contribuído para o crescimento dos latifúndios.

Relações com a imprensa

As relações políticas do governo Lula com a oposição e a mídia foram conturbadas. Eleito presidente com uma bancada minoritária, formada pelo PT, PSB, PCB, PCdoB e PL, Lula buscou formar alianças com diversos partidos, inclusive com alguns situados mais à direita no espectro político brasileiro. Conseguiu apoio do PP, PTB e parcela do PMDB, às custas de dividir com estes o poder. Após dois anos de governo mantendo maioria no congresso, o que facilitava a aprovação de projetos de interesse do executivo, uma disputa interna de poder entre os partidos aliados (PT, PSB, PCdoB, PL, PP, PTB) resultou no escândalo do mensalão.
Já em maio de 2004, o governo chegou a pensar em expulsar do país o jornalista americano Larry Rohter, do jornal The New York Times, por escrever uma reportagem sobre a suposta propensão de Lula a beber.

Crises políticas


Lula e o ex-ministro José Dirceu.
Após denúncias do então deputado do PTB Roberto Jefferson, envolvido em esquema de propina na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, houve enorme desarranjo político entre o poder executivo e sua base, aumentado o grau de ataque dos partidos de oposição. Essa crise desdobrou-se em outras, que geraram certa paralisia no governo federal, inclusive com a queda de ministros e a cassação de deputados. Nesse período, compreendido entre abril e dezembro de 2005, o índice de aprovação do governo Lula atingiu o seu mais baixo percentual desde o começo de seu mandato. Também houve a demissão dos ministros José Dirceu, Benedita da Silva,Luiz Gushiken, por suspeitas de envolvimento em casos de corrupção ou prevaricação.Em janeiro de 2006, com o desgaste do Poder Legislativo em meio a absolvições de congressistas envolvidos no mesmo esquema, julgados por seus pares por envolvimento em episódios de improbidade, Lula consegue reagir, desvia-se dos escândalos e volta a ter altos índices de popularidade. O caso da venda de um dossiê para petistas em São Paulo, contendo informações sobre supostas irregularidades na gestão de José Serra no Ministério da Saúde, a menos de dois meses do primeiro turno das eleições de 2006, não diminuiu os índices de popularidade do presidente.
No entanto, continuaram a ser ventilados casos como o do filho de Lula, Fábio Luís Lula da Silva, o "Lulinha", que teria supostamente enriquecido após fechar contrato de quinze milhões de reais com a empresa de telecomunicações Telemar, da qual o governo é acionista.
No começo do ano de 2008 iniciou-se uma nova crise: a do uso de cartões corporativos. Denúncias sobre irregularidades sobre o uso de cartões corporativos começaram a aparecer. As denúncias levaram à demissão da Ministra da Promoção da Igualdade Racial Matilde Ribeiro, que foi a recordista de gastos com o cartão em 2007. O ministro dos Esportes Orlando Silva devolveu aos cofres públicos mais de R$ 30 mil, evitando uma demissão. A denúncia que gerou um pedido de abertura de CPI por parte do Congresso foi a utilização de um cartão corporativo de um segurança da filha de Lula, Lurian Cordeiro Lula da Silva, com gasto de R$ 55 mil entre abril e dezembro de 2007. A investigação, no entanto, contou com a abrangência desde o período de governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Alguns órgãos da imprensa alegaram que o Palácio do Planalto montou um dossiê que detalhava gastos da família de FHC e que os documentos estariam sendo usados para intimidar a oposição na CPI, mas a Casa Civil negou a existência do dossiê. Meses depois, sob críticas da oposição, a CPI dos Cartões Corporativos isentou todos os ministros do governo Lula acusados de irregularidades no uso dos cartões e não mencionou a montagem do dossiê com gastos do ex-presidente FHC.
Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão.
Foi apresentado no dia 26 de janeiro de 2011 uma denúncia contra Lula e seu ex-ministro da Previdência Social Amir Lando por improbidade administrativa. No dia 22 de fevereiro do mesmo ano, venho a divulgação de que o Ministério Público Federal no Distrito Federal teria entrado com ação tendo como acusação de que ele e seu ministro teriam usado a máquina pública para promoção pessoal e a fim de favorecer o Banco BMG. As supostas irregularidades ocorreram entre outubro e dezembro de 2004.

Popularidade no final do primeiro mandato

Pesquisa do instituto Datafolha, divulgada no dia 17 de Dezembro de 2006, mostra que 52% consideravam seu governo ótimo ou bom.

Reeleição

Polêmicas sobre a reeleição

Seu governo foi muito criticado, quando notícias saíram com estatísticas a respeito do aumento de seus gastos com publicidade durante o primeiro semestre de 2006, tendo sido gasto até 19 de julho 67,8% do que é permitido pela legislação. Não foram poupadas, também, críticas às suas viagens para inaugurações de obras. Tal comportamento, de aumentar gastos com publicidade, não foi modificado.
Em 17 de agosto de 2006, o Tribunal Superior Eleitoral condenou o candidato Lula ao pagamento de uma multa de 900 mil reais por prática de propaganda eleitoral antecipada. Reconhecendo a ocorrência de propaganda eleitoral em dezembro de 2005, e portanto extemporânea, no tablóide intitulado "Brasil, um país de todos", uma publicação de responsabilidade da Casa Civil, do Ministério do Planejamento e da secretaria-geral da presidência da República.

Distinção entre candidato e presidente

Lula visita a fábrica da Companhia Brasileira de Alumínio, acompanhado por funcionários da empresa.
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Assim que Lula oficializou a sua candidatura, na convenção nacional do partido, dia 24 de junho (perto da data limite estabelecida por Lei), constantes críticas sobre a dificuldade de se distinguir o presidente do candidato à reeleição passaram a fazer parte da campanha eleitoral. O TSE advertiu que não aceitaria propaganda governamental institucional a partir da data da oficialização da candidatura. O governo tentou ainda encontrar uma brecha jurídica, alegando casos de necessidade pública para a continuação de campanhas televisivas sobre programas sociais do governo, tais como o Fome Zero, Bolsa Família e outros nas áreas de educação e saúde . Esse empenho não surtiu efeito e a proibição foi mantida, abrindo-se exceção apenas para o caso de empresas estatais que concorrem no mercado, sob a condição de não apresentarem logotipo ou menções ao candidato – apesar de terem sido usadas na campanha.
A elaboração de uma cartilha com o logotipo do programa Fome Zero na capa, que seria distribuída nas escolas públicas do país, recebeu críticas de mesmo teor e foi recolhida pelo TSE, que além de confiscar quarenta milhões de cartilhas, aplicou uma multa de cem mil reais e ameaçou impugnar a candidatura do PT. Críticas maiores foram feitas, que alegaram uso de dinheiro público com fins eleitorais. Em um de seus discursos de campanha, Lula afirmou que não sabia quando era candidato e quando era presidente.
Essa confusão de funções tem gerado na imprensa e em setores da sociedade indagações sobre a necessidade de se revisar o instrumento da reeleição. Indagações semelhantes ocorreram quando Fernando Henrique Cardoso era candidato e presidente em exercício concomitantemente.
No dia em que realizou o primeiro ato oficial de sua reeleição, Lula concedeu entrevista, e, fugindo do estigma de um segundo governo mais frouxo fiscalmente para atender demandas de seus discursos, em julho de 2006, declarou que nunca foi um "esquerdista", admitindo que em um eventual segundo mandato, prosseguiria com as políticas consideradas conservadoras adotadas no seu atual governo.

Repercussão internacional de sua reeleição

A imprensa mundial fez menção a reeleição de Lula . O jornal britânico "Financial Times" deu esse enfoque na matéria que publicou sobre a reeleição com o título "Wall Street também ama Lula". O "Financial Times" se baseou nas declarações aos clientes do Banco J. P. Morgan, onde disse:

... as expectativas sobre a agenda de reformas estão baixas, o que significa que, mesmo que sejam pequenas, poderiam gerar um impacto positivo nos mercados. O tamanho da liderança do presidente Lula está diretamente relacionado com a veemência com que ele e seus ministros atacaram as reformas liberais promovidas pelo governo anterior, do PSDB. Encorajados pela responsabilidade social, alguns ministros, começaram a considerar a 'flexibilização' da lei de responsabilidade fiscal – um dos mais importantes pilares da política macroeconômica erigidos pelo PSDB. A noção de que, em um segundo mandato, Lula possa dar andamento a qualquer agenda reformista está começando a soar como fantasia.
Os sites em inglês, como as norte-americanas CNN e NBC e a inglesa BBC, também enfatizaram a vitória de Lula. A CNN ressaltou que a população premiou Lula pelo combate à pobreza e que denúncias de corrupção não atingiram sua imagem.

Segundo mandato

Ao lado do ex- vice-presidente José Alencar, Lula sobe a rampa do Palácio do Planalto na cerimônia de posse para seu
segundo mandato.
Para seu segundo mandato, Lula conta com apoio de uma coalizão de doze partidos (PT, PMDB,PRB, PCdoB, PSB, PP, PR, PTB, PV, PDT, PSC e PAN), cujos presidentes ou líderes têm assento no Conselho Político, que se reúne periodicamente (normalmente a cada semana) com Lula.
Além disso, PTdoB, PMN e PHS também fazem parte da base de apoio do governo no Congresso, totalizando quinze partidos governistas. Lula havia lançado, no dia da reeleição, a meta de crescimento do PIB a 5% ao ano para seu segundo mandato. Não obstante, no dia 22 de janeiro, foi lançado o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), um conjunto de medidas que visa a aceleração do ritmo de crescimento da economia brasileira, com previsão de investimentos de mais de 500 bilhões de reais para os quatro anos do segundo mandato do presidente, além de uma série de mudanças administrativas e legislativas. O PAC previa um crescimento do PIB de 4,5% em 2007 e de 5% ao ano até 2010, apesar de que prevê uma inflação maior, de 4,5% (o que é criticado por especialistas, pois o governo defende uma inflação maior no fim do mandato do que no início dele).
O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que estabelece o objetivo de nivelar a educação brasileira com a dos países desenvolvidos até 2021 e prevê medidas até 2010 (entre elas a criação de um índice para medir a qualidade do ensino e de um piso salarial para os professores de escolas públicas), foi lançado oficialmente no dia 24 de abril no Ministério da Educação. Espera-se para os próximos meses o lançamento do Pronasci (Programa Nacional de Segurança com Cidadania – nome provisório), que prevê, entre outras medidas, a criação de um piso salarial nacional para policiais civis e militares e um programa de habitação para policiais, visando retirá-los das áreas de risco. A partir da criação da Secretaria Nacional dos Portos, no dia 7 de maio de 2007, o governo passou a ter 37 ministérios. E, com a nomeação do filósofo Roberto Mangabeira Unger para o Núcleo de Assuntos Estratégicos, o governo passou a ter 38 ministérios – com mais críticas de especialistas, por retirar uma área estratégica do governo do ministério do Planejamento.
Lula na inauguração de unidade de produção de propeno em Paulínia, São Paulo.
No dia 15 de maio de 2007, Lula concedeu sua segunda entrevista coletiva formal desde que assumiu a presidência da República e a primeira de seu segundo mandato. No dia 26 de outubro de 2007, Lula faz uma visita à Universidade Federal do Rio de Janeiro na Ilha do Fundão no Rio de Janeiro, onde teve a oportunidade de conhecer a criação de um novo tipo de combustível extraído do bagaço da cana de açúcar.
Em março de 2010, o presidente Lula foi multado duas vezes por fazer campanha antecipada pró-Dilma, em 5 mil e 10 mil reais, pela justiça eleitoral, em condenação a representações feitas pela oposição.

Retomada da atividade econômica

Na economia, o ano de 2007 é marcado pela retomada da atividade em vários setores, em virtude principalmente da recuperação da renda da população e pela expansão do crédito no País. O maior destaque é a Agropecuária, cujo desempenho foi puxado pelo aumento do consumo interno de alimentos e da demanda internacional por commodities. As melhores condições de renda e crédito também incrementaram o desempenho da Indústria, com destaque para os recordes de produção do setor automotivo, além do setor de Construção Civil. Com a retomada, o PIB brasileiro apresentou expansão de 5,4% em 2007, a maior taxa de crescimento desde 2004, quando houve crescimento de 5,7%.

Efeitos da crise financeira global de 2008

Em 2008, quando o aquecimento da demanda e da atividade econômica nacional já geravam preocupações para o cumprimento das metas de inflação e obrigavam o Banco Central a apertar a política monetária por meio do aumento da taxa básica de juros, a crise financeira mundial originada nos Estados Unidos atingiu o Brasil no último trimestre. Mas, como o primeiro semestre ainda havia apresentado um desempenho econômico forte, o PIB nacional terminou o ano com uma taxa de expansão de 5,1%.
Já sob influência dos impactos da crise financeira global especialmente no aumento do desemprego no País no primeiro bimestre de 2009, a aprovação do governo Lula, que, em dezembro de 2008, havia batido novo recorde, ao atingir, segundo a Pesquisa Datafolha, a marca de 70% de avaliação de "ótimo" ou "bom", sofreu queda em março de 2009, para 65%. Foi a primeira redução observada no segundo mandato do presidente.

Combate aos efeitos da crise e retomada da popularidade

A queda na avaliação positiva foi bastante efêmera, já que, logo no mês de maio de 2009, pesquisas voltaram a trazer crescimento na aprovação do governo, também em consequência da estabilidade do Brasil frente à crise econômica internacional. Na Pesquisa Datafolha publicada em 31 de maio do mesmo ano, a avaliação positiva voltou ao patamar de novembro, quando a taxa de aprovação do governo chegou ao recorde de 70%.
Colhendo os frutos desta popularidade, Lula foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.
Em março de 2010, pesquisa Datafolha publicada no jornal Folha de São Paulo constatou que a popularidade de Lula atingiu seu melhor valor desde 2003. 76% dos pesquisados apontaram o governo como ótimo ou bom e 4% acharam o governo ruim ou péssimo.

Política externa

Dentre suas diretrizes de trabalho está a atuação defensiva na área de Relações Exteriores, com atuação estrategicamente focada na OMC e formação de grupos de trabalho formados por países em desenvolvimento, bem como interações específicas com a União Europeia, melhorando a exposição do país internacionalmente. Essa forte atuação gerou resultados na ampliação do comércio brasileiro com diversos países e na consequente diminuição da dependência dos Estados Unidos e da União Europeia nas exportações brasileiras. Essa orientação fortemente comercial da política externa resultou num crescimento inédito das exportações brasileiras: em sete anos de governo Lula, as exportação totalizaram US$ 937 bilhões 
Em 20 de abril de 2010, o presidente dos Diários Associados, Álvaro Teixeira da Costa, o ex-presidente Lula e a primeira-dama da época Marisa Letícia durante jantar comemorativo dos 50 anos do jornal Correio Braziliense. Foto:Renato Araujo/ABr.
Ainda na política externa, o governo Lula atua para integrar o continente Sul Americano, expandir e fortalecer o Mercosul, obtendo alguns avanços, como o aumento de mais de 100% nas exportações para a América do Sul, fortalecendo o comércio regional.
Dentre os últimos eventos a serem estudados, incluem-se:
  • A proposta de entrada da Venezuela no Mercosul;
  • Os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa, também manifestando interesse mútuo em estreitar os laços comerciais com o Brasil;
  • A insistência na obtenção de um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas;
  • A crescente projeção da influência brasileira pelo mundo.
Lula e Barack Obama durante encontro do G-20 em Pittsburg, 2009.
Em 26 de março de 2009, por ocasião da visita do primeiro-ministro britânico Gordon Brown ao Brasil, Lula afirmou que a crise foi causada por "comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis". A declaração deixou Brown constrangido e ganhou destaque na imprensa britânica.
Em 2 de abril de 2009, durante almoço que fez parte da reunião de líderes do G20, em Londres, na Inglaterra, o presidente dos EUA, Barack Obama, elogiou publicamente Lula, dizendo que o presidente brasileiro era "o cara" e também o "político mais popular do mundo".
Em dezembro do mesmo ano, quando em visita à Alemanha, o Süddeutsche Zeitung, jornal de maior tiragem naquele país, chamou-o de superstar e de "o político mais popular do planeta", diante de quem "os poderosos do planeta fazem fila". E, ao se referir-se à visita de Lula, informou que "Lula honra Berlim e Hamburgo" com sua visita.
A política externa do governo Lula também é considerada controversa por alguns órgãos de imprensa, pelo suposto apoio do Brasil a países acusados de violações a direitos humanos, tanto em votações na ONU quanto na aproximação política com essas nações. Casos notórios que causaram polêmica foram a abstenção do Brasil na votação de um pedido de investigação sobre violações de direitos humanos no Sudão, a visita do presidente iraniano ao Brasil em 2009 e o apoio à conduta do governo cubano de prender opositores políticos, inclusive com críticas de Lula àqueles que protestavam com greve de fome.
Tal política externa não impediu, entretanto, que nesse mesmo ano, num espaço de tempo não maior que dois meses, o Brasil tenha recebido as visitas de Shimon Peres, presidente de Israel, e de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (Palestina, no Brasil), além do próprio presidente do Irã.
Apesar do grande número de escândalos políticos que envolveram o PT, a popularidade do então presidente da república continua expressiva, fato por muitos atribuído a sua forma de governo populista, que oferece benefícios monetários e alimentícios a famílias de baixa renda através de programas sociais como o Bolsa Família. Apesar de só fornecer o auxílio a famílias de baixa renda, o presidente afirma que aqueles auxiliados pelo programa tentam acender a uma nova classe social, mesmo considerando a possibilidade de excluí-los do grupo beneficiado. A oposição considera o Bolsa-Família "o maior esquema de compra de votos ja realizado na América Latina."
Sob o comando de Lula, o Brasil também prestou importante auxílio a países que passaram por grandes tragédias no início de 2010. Em janeiro, o país ajudou no apoio às vítimas do terremoto no Haiti. No final de fevereiro, ajudou no auxílio às vítimas do terremoto no Chile.

Casamentos e filhos

Lula e a segunda e atual esposa, Marisa Letícia.
Em 24 de maio de 1969, Lula se casou com a operária mineira Maria de Lourdes da Silva, irmã de seu melhor amigo, Jacinto Ribeiro dos Santos, o "Lambari". Lourdes contraiu hepatite no oitavo mês de gravidez, em junho de 1971, vindo a falecer quando os médicos decidiram fazer uma cesariana para tentar salvar mãe e filho, que também não sobreviveu. Em 1974, teve uma filha chamada Lurian com aenfermeira Miriam Cordeiro, sua namorada na época. Mais tarde, naquele mesmo ano, casou-se com a então viúva Marisa Letícia da Silva, vindo anos depois a adotar o filho dela, Marcos Cláudio, que nem chegara a conhecer o pai biológico. O casamento de mais de trinta anos com Marisa gerou três filhos: Fábio Luís (nascido em 1975), Sandro Luís (nascido em 1979), e Luís Cláudio (nascido em 1985).
Para o Instituto Datafolha, Lula era a personalidade mais confiável dentre uma lista de 27, em pesquisa publicada no primeiro dia do ano de 2010. No Fórum Econômico Mundial de 2010 realizado em Davos na Suíça recebeu a premiação inédita de Estadista Global, pela sua atuação no meio ambiente, erradicação da pobreza, redistribuição de renda e ações em outros setores com a finalidade de melhorar a condição mundial. Uma publicação do jornal Haaretz, com sede em Israel, feita em 12 de março de 2010, afirmou que Lula é o profeta do diálogo, por suas intermediações em busca da paz no Oriente Médio. A revista Time figurou Lula como um dos 25 líderes mais influentes do mundo em abril de 2010.
Foi condecorado pela Organização das Nações Unidas como o Campeão Mundial na Luta Contra à Fome e à Desnutrição Infantil. Premiação que já foi entregue a Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial e Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU.
Luiz Inácio Lula da Silva será um candidato ao Prêmio Nobel da Paz para o Brasil em 2011.
No Brasil recebeu medalhas da Ordem do Mérito Militar, da Ordem do Mérito Naval, da Ordem do Mérito Aeronáutico, da Ordem do Cruzeiro do Sul, da Ordem do Rio Branco, da Ordem Nacional do Mérito e da Ordem do Mérito Judiciário Militar.
Lula foi condecorado como Doutor honoris causa pela Universidade Federal de Viçosa,, pela Universidade de Coimbra (Portugal), pelaUniversidade Federal de Pernambuco, pela Universidade Federal Rural de Pernambuco e pela Universidade de Pernambuco. Embora outros universidades nacionais e internacionais tenham feito diversos convites para que o então presidente recebesse a honraria, Lula recusou todos os títulos honoris causa enquanto ocupou a cadeira de chefe do estado brasileiro, passando a aceita-los apenas após deixar o cargo.
Em âmbito internacional por países foi condecorado pela Ordem da Águia Asteca (México), Ordem Amílcar Cabral (Cabo Verde),Ordem Militar da Torre e Espada (Portugal), Ordem da Estrela Equatorial (Gabão), Ordem do Banho (Reino Unido) Ordem de Omar Torrijos (Panamá), Ordem Nacional do Mérito (Argélia), Ordem da Liberdade (Portugal), Ordem de Boyacá (Colômbia), e da Ordem Marechal Francisco Solano López (Paraguai), e o Prêmio Internacional Don Quixote de la Mancha (Espanha).
Em 2008, a UNESCO lhe premiou com o Prêmio pela paz Félix Houphouët-Boigny. Em 2009 foi considerado o homem do ano pelos jornais Le Monde e El País. No Fórum Econômico Mundial de 2010 realizado em Davos na Suíça recebeu a premiação inédita de Estadista Global, pela sua atuação no meio ambiente, erradicação da pobreza, redistribuição de renda e ações em outros setores com a finalidade de melhorar a condição mundial. Lula não foi pessoalmente receber o prêmio pois estava com pressão alta. No seu lugar foi escalado o chanceler Celso Amorim que leu o discurso de Lula, quebrando o protocolo de Davos, que diz que uma terceira pessoa não pode ler o discurso de outra. já em 2011, após deixar a cadeira de mandatario, o então ex-presidente, Luiz Inacio Lula da Silva recebeu o prêmio Norte-Sul do Conselho da Europa.
Também recebeu em 2011 o título de doutor honoris causa pela UFBA.
Lula recebeu, em outubro de 2011, o título de Doutor Honoris Causa pela prestigiada Fundação Sciences-Po da França. Foi o primeiro latino-americano a receber este título. Sciences Po, foi fundada em 1871 e apenas 16 personalidades no mundo possuiam esta premiação até então.

Escrito por;


***FRANCIS DE MELLO***










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